E la se levantou com a maior disposição que já teve em sua vida. Ignorando a velha ressaca, caminhou em direção à porta de frente, sem mesmo se importar com o fato de que ainda vestia os pijamas. Sem nem mesmo uma bolsa ou um kit de sobrevivência, de pés descalços, partiu. Partiu para onde quer que fosse. Seguiu o trilho do trem até ele entrar no subsolo. Tomou outra direção, mesmo tendo que passar pelo meio do cemitério. Adentrou um bosque atrás do cemitério e, depois de horas de caminhada, sedenta por água, encontrou uma nascente. Ela não se importava com as bactérias que poderiam estar percorrendo aquele rio, ela precisava matar o que a mataria em algum tempo. Despiu-se. Deixou o sol banhar o seu corpo. Já não sabia mais o próprio nome. Sabia, porém, que isso não era importante. Uma história, um passado... Não importava. E toda a sua existência se resumia àquele momento. Silencioso e aconchegante. Calmo e libertário. Aquele momento... vivo.
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