Postagens

Mostrando postagens de maio, 2012

Oslo, Norge. 15. mai 2012. kl 02:30

Eu tento, mas dói. Eu poderia evitar tudo isso, ou ter feito ainda mais. Não sei realmente o quanto posso aguentar, ao mesmo tempo que não possuo qualquer ideia do que isso significa. Talvez eu só precise descansar, mas eu não consigo tirar férias de mim mesma. Eu não posso fugir. E por mais que doa, continuo a respirar. E tudo aparenta calmamente vazio, mas na realidade confronto-me com aquilo que temi a minha vida inteira. Aquilo que abandonei diversas vezes. Que evitei por medo de perder. A única esperança. A última que morre. O que resta de mim.

Na tentativa de nada.

E la se levantou com a maior disposição que já teve em sua vida. Ignorando a velha ressaca, caminhou em direção à porta de frente, sem mesmo se importar com o fato de que ainda vestia os pijamas. Sem nem mesmo uma bolsa ou um kit de sobrevivência, de pés descalços, partiu. Partiu para onde quer que fosse. Seguiu o trilho do trem até ele entrar no subsolo. Tomou outra direção, mesmo tendo que passar pelo meio do cemitério. Adentrou um bosque atrás do cemitério e, depois de horas de caminhada, sedenta por água, encontrou uma nascente. Ela não se importava com as bactérias que poderiam estar percorrendo aquele rio, ela precisava matar o que a mataria em algum tempo. Despiu-se. Deixou o sol banhar o seu corpo. Já não sabia mais o próprio nome. Sabia, porém, que isso não era importante. Uma história, um passado... Não importava. E toda a sua existência se resumia àquele momento. Silencioso e aconchegante. Calmo e libertário. Aquele momento... vivo.